O Brasil vem passando por profundas mudanças na sua dinâmica demográfica, com queda drástica nos níveis de fecundidade e diminuição da mortalidade infantil (IBGE, 2010). O envelhecimento populacional é um grande desafio para os governos e para a sociedade, pois com o rápido aumento dessa parte da população se fazem necessárias mudanças nas políticas públicas. O último censo observou que a população brasileira cresceu 12,3%, contrastando com a população idosa que cresceu 43,3%. A população idosa no Brasil, no censo de 2010, passou a representar 10,8% de toda a população no país. O estado brasileiro com o maior percentual de idosos é o Rio Grande do Sul com 13,6%, seguido do Estado do Rio de Janeiro com 13,0%. Entre as capitais brasileiras, Porto Alegre se destaca como a capital mais idosa com 15,0% de idosos, seguida da cidade do Rio de Janeiro com 14,9%. Porto Alegre também é a capital com a maior proporção de nonagenários com 3,32‰, seguida novamente pelo Rio de Janeiro com 3,23%. Entretanto o número proporcional de centenários é muito baixo, ficando em 18º lugar com 1,06 por 10 mil habitantes no último censo populacional.
A faixa etária brasileira que mais cresceu entre os dois últimos censos (entre 2000 e 2010) foi a dos nonagenários, com aumento de 79,6%, contrastando com o aumento de 12,3% de toda a população e de 43,3% dos idosos (60 anos ou mais). Em Porto Alegre, obteve-se um aumento de 81,3% nesses idosos comparando os censos de 2000 e 2010, contabilizando quase 4700 nonagenários (IBGE, 2010). Entretanto, entre as faixas etárias idosas o grupo dos centenários diminuiu 1,4% no Brasil e 1,3% em Porto Alegre. Viviam no Brasil em 2000 261.200 pessoas com 90 anos ou mais, dessas somente 24.326 estavam vivas 10 anos depois, ou seja, 9,3% sobreviveram esse período.
Analisando dados de mortalidade em longevos no registro feito pelo DATASUS e IBGE entre os anos de 2000 e 2010, identificou-se um total de 236.964 mortes, que corresponde a 90,7% das pessoas que tinham mais de 90 anos de idade no ano de 2000 e que não chegaram aos 100 anos de idade em 2010. Destacamos entre as principais causas de morte em longevos são as mortes sem assistência médica (CID 10 R98) com 14,2% dos registros e outros sinais e sintomas anormais (causas desconhecidas) com 11,2% (Bós, 2013).